18 de Julho de 2014

Fique atento ao teor de sódio nos alimentos

Dos 291 alimentos avaliados pelo Instituto de Defesa do Consumidor, 27 apresentaram quantidade do nutriente superior ou inferior à informada no rótulo.

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Sódio: Produtos como salsicha e mortadela de algumas marcas apresentaram quantidade do nutriente pelo menos 20% maior do que o informado na embalagem (Thinkstock)
Pesquisa inédita feita pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) mostrou que 9,2% dos produtos alimentícios enviados para análise apresentaram uma variação de sódio diferente do que é informado no rótulo. Todos os produtos integram o acordo voluntário firmado entre Ministério da Saúde e indústria alimentícia para redução dos teores do nutriente. Os resultados demonstram tanto variação para mais quanto para menos.

Entre março e abril, foram enviados para análise 291 produtos de 90 marcas. Do total, 27 apresentaram valores diferentes do informado na embalagem — dez tiveram variação do nutriente superior aos 20% permitidos pela legislação brasileira; e em 17, a concentração identificada no teste foi menor do que a estampada na tabela.

Em alguns produtos analisados, a diferença foi muito significativa. Sete deles apresentaram uma variação da quantidade de sódio superior a 40% daquela informada no rótulo. Entre eles, está a salsicha viena Frigor Hans (diferença de 66,3%); salsicha viena Ceratti (46,8%); requeijão cremoso light Batavo (45,8%); salsicha longuette Seara (45,2%); mistura para bolo aerado de chocolate Renata (42,7%); requeijão cremoso light Elegê (42,3%); e salsicha para hot dog Seara (41,2%).

"Diferenças como essas podem comprometer um plano alimentar. Nutricionistas baseiam-se nas tabelas para formar as dietas", diz o diretor da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, Rui Povoa. O consumo excessivo do sal é considerado como fator de risco para hipertensão, doença que, por sua vez, pode levar a problemas cardíacos, distúrbios renais e circulatórios.

A Organização Mundial da Saúde recomenda ingestão de, no máximo, seis gramas diárias de sal, o equivalente a 2,4 gramas de sódio. "O brasileiro consome o dobro. E boa parte dessa ingestão é proveniente de produtos industrializados", diz Povoa.

Variação — A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que embalagens de produtos alimentícios tragam a tabela nutricional. Ela permite, no entanto, uma variação de 20% para mais ou para menos nas informações da rotulagem. Essa flexibilidade é adotada para compensar eventuais diferenças nos métodos usados para fazer a análise do conteúdo nutricional, para reduzir o impacto provocado por questões climáticas, armazenamento e tempo de vida do produto.

A agência tem um programa para monitorar a quantidade de sódio de diversas categorias de alimentos. Quando diferenças são encontradas, as empresas são notificadas para corrigir as embalagens. De acordo com Antônia Aquino, gerente de produtos especiais da Anvisa, o órgão não recebeu formalmente os resultados do trabalho feito pelo Idec. Mesmo assim, a agência poderá solicitar uma fiscalização para verificar tais incorreções e tomar ações necessárias.

Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/pesquisa-92-dos-produtos-tem-teor-de-sodio-diferente-das-embalagens

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